DISTRAÇÕES_i_IMAGENS

...um olhar sobre... as minhas IMAGENS preferidas e algumas DISTRAÇÕES ...

"A fotografia é a poesia da imobilidade: é através da fotografia que os instantes deixam-se ver tal como são." (Peter Urmenyi)

"A dignidade pessoal e a honra não podem ser protegidas por outros. Devem ser zeladas pelo indivíduo em particular" (Mahatma Gandhi)

"Para viajar, basta existir. " ( Fernando Pessoa )

segunda-feira, novembro 30, 2015

... da FICÇÃO À REALIDADE ...


Há muitos anos, penso que muitos de nós vimos um filme, 2001 ODISSEIA no Espaço, de Stanley Kubrick, produzido em 1968.
Uns anos mais tarde, penso que em 1975, fomos invadidos por mais aventuras no espaço com a série televisiva ESPAÇO 1999.
Embora nada ou muito pouco tenham em comum, na realidade, tanto num caso como noutro, em comum era a incredulidade com que todos nós assistimos a estes “filmes”, perante tanta tecnologia e forma de vida, tão avançada para a época. Quem é que na altura não afiançava que nesses filmes o que lá mostrava era quase impossível de um dia se realizar ou acontecer.

E assim, em pleno século XXI, muitos dos que diziam ser impossível, vivem hoje num Mundo global, imersos, diria mesmo afogados, num mundo de tecnologia, sem que se possa quase dar um passo incógnito … Toda a gente sabe de tudo o que se passa no Mundo, a toda a hora e momento, bastando para isso dedilhar um teclado de um qualquer “instrumento” tecnológico pequeno, quase imperceptível aos olhos mais atentos de quem nos rodeia.
Afinal, o que era quase impossível, tornou-se possível... a tecnologia dos filmes tornou-se real e está à mercê de qualquer comum dos mortais …
A ficção é hoje, quase na sua totalidade, uma REALIDADE.
Há dias, sem grande coisa para fazer ao fim de mais um dia, ao fazer zapping, dei de “vistas” com mais um dos muito filmes, que mesmo se deixarmos de o ver durante 15 ou 20 minutos, a história não se perde.
Na tela, passavam imagens de viaturas militares, a cidade de New York, mais uma vez corria o risco de desaparecer do mapa. A população, sobrevivia entre túneis e locais recônditos, atemorizada com o estado de sítio à superfície.
Um grupo de “malfeitores”, tomou conta da cidade, impondo a lei marcial, impondo as suas ideias e ideologias, impondo através do terror as suas ideias de uma nova e renascida sociedade e forma de vida.
Perante estas imagens, por breves instantes, recuei uns dias, às imagens que passaram em todos os canais de televisão, jornais e revistas, descrevendo o horror e o terror de Paris, após os atentados do passado dia 13 de Novembro.
Ao ver essas imagens, militares e tropas especiais armados, encapuzados a percorrer as ruas de Paris, as imagens de corpos espalhados na rua, pessoas a fugir em completo descontrolo, carros militares, o estado de emergência imposto pelo governo francês, o pavor, o medo que estava presente em cada uma das faces das pessoas, … passaram pelos meus olhos, as ruas desertas, a solidão imposta o silêncio e ausência dos ruídos das pessoas, conversas de café, os carros … não, nada... apenas silêncio, solidão, medo e lágrimas …
Ao ver algumas imagens daquele filme, naquele dia, pensei que tais acontecimentos não seriam nunca mais do que ficção …
Afinal, eram a dura e terrível REALIDADE … não era um filme ...
Eram imagem de vidas destroçadas …. O terror tomou conta de Paris … O medo tomou conta de cada um dos habitantes de Paris e de cada um de nós …
“Je suis Paris …” afirmámos e afirmamos em solidariedade total …
Este “filme de terror” durou e continua a durar … ainda está presente em cada um de nós …
Adormeci e acordei … voltei a adormecer e voltei a acordar …
… aquele “filme” mantinha-se e mantém-se, teimosamente sem que termine com o fim do medo e a “prisão” dos maus da fita … pessoas a fugir de bombas, pessoas a morrer enquanto fogem da guerra, campos de refugiados, fome e guerra ... tudo isto, todos os dias, num Mundo que vai vivendo, muitos em lugares escondidos, com medo ...
… que Mundo é este, que Mundo está a ser “construído” para o Futuro …
Tenho ESPERANÇA e ACREDITO que desta vez, não se passa da Ficção à REALIDADE.
Porque, à semelhança do que sempre acontece nos filmes, também na realidade existem HOMENS que acreditam num Mundo onde o Medo e o Terror não sejam vencedores, mas sim vencidos ...
... e são muito mais do que os "maus da fita" ...
... a avaliar pelas imagens, existem muitos a afirmar ... "Je suis Paris" ... 
 

quarta-feira, julho 15, 2015

... alguns maduros ...

 
... 28 anos separam estas imagens ...
 
 
 
 
... muitas diferenças ...
... alguns que estão em cima, não estão em baixo ...
... alguns que estão em baixo ... não estavam em cima ...
 
... além das pessoas ...
 
... o que está em baixo e não estava em cima ...
... cabelos brancos ...
... elegâncias desproporcionadas ...
 
O que estava em cima e continua em baixo ...
... muita alegria ...
... muita amizade ...
... muita camaradagem ...
... saudade de alguns ...
... e estas, enquanto existirem dois ...
... nunca faltarão, terão a sua presença sempre bem marcada ...

... fim de tarde ...

 
 
(Fotografia de FAIRES)

sexta-feira, julho 10, 2015

... DE UMA MENTE BRILHANTE ...
... DE UM HOMEM DE EXCEPÇÃO ...

Estátua de Churchill
Quando Churchill fez 80 anos um repórter de menos de 30 foi fotografá-lo e disse:

- Sir Winston, espero fotografá-lo novamente nos seus 90 anos.


 Resposta de Churchill:

- Por que não? Você me parece bastante saudável.
 
Winston Churchill

... luz ...


... luz de fim de dia ...
 
(Fotografia de FAIRES)

... pontes ...

 
... reflexos ...
... entre margens ...
 
 
(Fotografia de FAIRES)

... acalmia e serenidade ...

... serenamente ...
... aqui permaneço ...
 
(Fotografia de FAIRES)

domingo, março 22, 2015

… mais um objectivo … 40 anos depois ...

Há tanto tempo que não ando por estas paragens …
Desculpas ? … sim, sempre as mesmas … falta de tempo, de oportunidade …
… de assunto, talvez mas principalmente falta de vontade …
… e esta última é talvez, a mais verdadeira …
… porque voltei, agora ? …
… apenas por mais um motivo que me preencheu, tal foi a importância do mesmo …


Há cerca de 3 anos, regressei a Angola, meu país de origem sendo Huambo ( Nova Lisboa ), a minha terra natal … estive, na altura 37 anos sem pisar esta terra, vermelha, quente, calorosa e intensa …
Estabeleci, na altura dois objectivos em termos de família … que os meus filhos conhecessem a terra que me viu nascer, e que os meus pais, voltassem a pisar a terra que os viu crescer, juntos, como pilar base da minha família …

Este ano, em 28 de Fevereiro, o meu pai completou 80 anos de vida …
Este ano de 2015, faz precisamente 40 anos, que os meus pais partiram das terras mwangolés …
Esta junção de "comemorações", impeliu-me no sentido de lhes oferecer uma visita, uma pequena estadia, que certamente foi recheada de recordações, de momentos e imagens, que os fizeram recuar no tempo por momentos, por poucos dias …

E assim, regressaram a Angola, a este país tão imenso, de paisagens tão inesquecíveis, de gentes calorosas, recordando mesmo sem querer, muitos dos momentos da juventude e de quase uma vida a dois, união de onde resultaram dois seres, um dos quais, eu …

… a 1 de Março de 2015, 40 anos depois, voltaram a pisar Angola …

 
… a casa onde nasci, no Bairro de S. João …

… 40 anos depois, voltaram a ver a sua primeira casa, onde eu nasci, a farmácia onde trabalharam juntos, o barbeiro onde cortámos tantas vezes o cabelo, as ruas por onde passearam juntos de mão dada ou de braço dado, a casa onde viveram e a minha irmã nasceu, as escolas … tantas mas tantas coisas mais …

… em frente à farmácia e à barbearia do Sr. Nelson ...

… 40 anos depois, o meu pai e a minha mãe, exactamente como há 40 anos atrás, de braço dado pelas ruas da cidade do Huambo, outrora Nova Lisboa …


… estiveram na igreja onde casaram, na Sé, certamente recordando aquele dia em que disseram "sim" um ao outro … 


Percorreram os caminhos, as ruas muito antes palmilhadas … o meu pai e a minha mãe, certamente, à porta da farmácia onde trabalharam, recordaram dias e dias de labuta, de luta, de contrariedades, mas muito mais certamente, de muitos momentos felizes que tiveram eles e nós, ao longo de anos …

Ao olhar para o meu pai, à porta da farmácia, recordei por instantes, a imagem do meu pai de bata branca, sempre perfeitamente alva, à porta da farmácia, ou então a mudar as tabuletas que informavam os transeuntes das farmácias de serviço.

… em frente à farmácia, ao fim de mais um dia de "trabalho" …

Recordei a minha mãe, sentada na secretária, que ainda hoje lá se encontra, no mesmo sítio, a fazer, como se dizia na altura, a "escrita" da farmácia …
Recordei, também por instantes, infelizmente já me deixou, a minha avó, sempre de sapatos de salto alto, de mão dada comigo a percorrer a rua que dava aceso ao mercado, um pouco mais abaixo da farmácia …

Enfim, tantas, mas tantas recordações, em tão poucos dias …

Levei também os meus pais a ver outras maravilhas de Angola … 
… o Miradouro da Lua, as Quedas de Kalandula, as Pedras de Pungo Andongo …

… no Miradouro da Lua ...

… Cataratas de Kalandula ...


… em Pungo Adongo …

… passámos pela Barra do Kwanza …
… vimos os nossos amigos macacos que passam os seus dias a ver quem passa …
… percorremos tantos e tantos quilómetros, mas ao mesmo tempo, tão poucos …

… em Pungo Adongo …

… ficou tanta coisa por ver, neste país imenso, cheio de paisagens e momentos inesquecíveis …
… estivemos em Benguela, na Baía Azul, onde por vezes passámos férias …
… bebemos uma Cuca no Lobito, a ver o Pôr do Sol …

… no Lobito, junto à praia a ver o Pôr do Sol ...

… comemos Ginguba, acompanhada com Cuca, numa esplanada no Huambo …
… apanhámos chuva, no Huambo e em Luanda … também a chuva e a forma como chove, deu para os meus pais recordarem mais uma característica desta terra …
… rimo-nos como autênticos parolos, enquanto eu imaginava uma maneira de tirar os meus pais do carro, debaixo de uma chuvada intensa, para percorrer 10 metros que se encontravam com 30 cm de água …
… passámos uma noite, num hotel ( como outras ), mas cujo quarto era um contentor … 

… nós, na Baía Azul, em Benguela ...

Muito fizemos … mas muito mais ficou por fazer …

Sinto-me feliz, por ter conseguido concretizar este meu segundo objectivo …
O primeiro, o de mostrar aos meus filhos estas terras e as gentes, tinha acontecido há cerca de uma ano …
Agora foi a vez dos meus pais …

É com emoção, que escrevo estas palavras … que recordo todos os momentos aqui passados com os meus pais e com os meus filhos …

Com os meus pais foi diferente … foram momentos de intensas e imensas recordações …
Luanda, dizia o meu pai, cresceu ai umas 50 vezes … Já não conheço Luanda …
Mas estava enganado, quanto ao conhecimento … ao percorrer as ruas da cidade de Luanda, ia seguindo algumas indicações que o meu pai, ao meu lado me dava …
aqui foi onde trabalhei … a farmácia era por aqui … hoje já não é uma farmácia …
… vai por aqui e ali à frente viras à esquerda … vamos sair na Vila Alice …
… se fores por aqui abaixo, vais dar à Maianga … 
E eu ia, e lá chegávamos …
Afinal, 40 anos depois, embora Luanda esteja uma cidade imensa, afinal ainda se lembrava e conhecia a sua Luanda …


Muito mais há ainda para dizer ...
Por aqui me fico …
Só mais uma pequena coisa …

Obrigado Pai …
Obrigado Mãe …
Obrigado aos dois, por me terem feito tão feliz, principalmente nestes poucos dias, que partilharam a minha vida aqui nesta terra, que viu nascer a nossa família …
Obrigado por me terem proporcionado momentos tão inesquecíveis …
Mais uma vez, como tantas e tantas outras, partilharam momentos comigo de imensa felicidade …
Sinto-me feliz, e muito mais realizado pessoalmente …
Obrigado Pai …
Obrigado Mãe …

(Fotografias de FAIRES)