"O pássaro é livre na prisão do ar.
O espírito é livre na prisão do corpo."
(Carlos Drumond de Andrade)
Neste fim-de-semana, am Alcochete, tal como "pássaros livres", mas presos aos cordeis do "espírito", um mundo de cores, preencheu os olhos de quem caminhava pelo areal da praia.
No areal ficavam as marcas dos passos perdidos de "adultos" e "petizes", cujo olhar era pequeno demais para abarcar e absorver tal cor.
Foi bonito ver, a cara de felicidade dos meninos e meninas , que ao som de "vamos lançar rebuçados", corriam em busca daquele pequeno "doce" que caía dos céus.
Sentado, confortavelmente numa cadeira da esplanada, por momentos, ao ver a correria em busca de tudo, tentando absorver tudo, como se tudo fosse só meu, eu por momentos também desejei ter a coragem de largar a cadeira e correr em busca de um rebuçado. Não o fiz, talvez por vergonha ou egoísmo.... ou simplesmente, porque ganhei mais em "olhar". Podia desta minha cadeira ter mais "olhar"...
Deixei-me ficar e apenas olhar... apenas me levantei e caminhei pelo mesmo areal...deixando também eu as minhas marcas... olhei e registei com a minha máquina registadora... os petizes corriam, com Papagaios e Balões, seguros pelas suas pequenas mãos. A ligação entre o brinquedo ou talvez um sonho e o petiz, era um simples cordel.
Um choro aqui ou ali, porque o vento, tinha traído uma brincadeira, roubando o papagaio ou o balão, e levando-a em direcção ao infinito.
Este choro, esta tristeza era imediatamente calada por mais um balão ou papagaio. Havia para todos.
O choro dava lugar ao riso e felicidade... até nova distração... ou "traição" do vento...
Não tinha, a Tristeza ou a Desilusão, autorização de participação. A Organização não tinha deixado...
Alguns, como que em prevenção, aguardavam a sua vez de entrar em acção... Aguardam a ordem... Estavam prontos.
À noite, a cor azul do céu deu lugar ao "negro" da noite. O céu pontilhado de "luzes" tinha agora mais estrelas... "traçavam caminhos" de luz, percorrendo o espaço infinito. Foi o voo nocturno destas "aves".
Os céus de Alcochete, enchiam-se agora de estrelas em movimento...
Luzes em movimento, trilhando o negro do céu,
os astros assistindo da sua plateia real.
os astros assistindo da sua plateia real.
Tal como Sonhos, em movimento incessante
de destinos incertos marcados no areal....
(Agapito Meirelles)
Não sou dado a poesia, mas achei piada....
( Fotografias de Teresa e Fernando)
Que "inveja" !!!
ResponderEliminarUm abraço.
Caro João,
ResponderEliminarSempre uma simpatia.
Obrigado pelo comentário.
Um abraço,
Belas cores...Espectacular....
ResponderEliminarUm abraço