São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade)
Também gosto muito deste poema.
ResponderEliminarBj
Romicas
EUGÉNIO tem COISAS MUITO BELAS !
ResponderEliminar«As palavras são os trocos do pensamento. Há faladores que nos pagam em moedas de dez tostões. Outros, pelo contrário, dão-nos peças de ouro.» (Jules Renard)
ResponderEliminar